Notas
10 horas da manhã. Despertava com as mágoas que seu corpo lhe infligia depois do uso exacerbado que fizera dele na noite anterior. Fumava o último cigarro restante enquanto contava as moedas para o próximo maço. Escrevia alguns pensamentos nas costas de algum documento que deveria ter alguma importância, mas que não a recebia. O frescor do outono lhe trazia certa calma enquanto cruzava o parque del oeste em sua busca por um pouco menos de dormência espiritual e alguma gramas concentradas de tabaco. Impossível não refletir. Traíra aos seus próprios princípios por um amor que não mais existia e que, de fato, jamais deveria ter acontecido. Colocava-se em pé de igualdade com o imigrante triste que naquela altura da manhã já empilhava três garrafas de cerveja sobre o balcão. Éramos todos ratos naqueles dias, sempre atrás de algo mais para fornecer algum prazer sensorial. Mas nada acontecia e nada estava prestes a acontecer. Recolheu-se novamente ao seu quarto e escrevinhou mais algumas idéi...