Trivial
Sempre começa de uma forma trivial. Um diálogo como qualquer outro, mais um dia que não parece carregar o mais ínfimo traço de unicidade. Não há aviso ou indício do que virá, do inevitável arrependimento de se sentir vivo. Arrependimento de ter escolhido, arrependimento de ter sido escolhida. É aquele que cultiva seus hábitos, suas rotinas, que se preocupa com o horário, ignorando o destino que já se desenha em uma infinidade de ocorrências pregressas, as quais não controla, as quais desconhece. Segue o seu cotidiano para não enxergar o final do dia. Quantas vezes ao longo de tudo isso não morremos? Deixamos pedaços do nosso ser, memórias que guardamos com carinho, perde-se tanto pelo caminho que me pergunto se há algo mais fatal do que estar aqui. Respirando. Apenas isso e nada mais. E dói. Por deus, como dói! Queria ter forças ao menos para me desesperar, para sentir qualquer outra coisa que não fosse essa insuficiência intrincada e cada célula do meu corpo. Queria poder gritar ...
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