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Mostrando postagens de janeiro, 2011
Parece que começa a chover, o planejamento já não agrada tanto. O tempo fechado, o frio do inverno e um sem número de ruas infestam minhas idéias de forma que o pessimismo transborda de cada pensamento que eu arrisco construir. São ocasiões nas quais se continua por total falta de interesse em mudar qualquer coisa, falta de vontade de travar intensa e cansativa batalha contra a tênue inércia. É um princípio de preguiça, é uma gota de desespero contida no pingo de chuva. Um exagero, claro, alguma idiotice. Mas se não se arrasta a linha do marasmo vez ou outra, ainda que por palavras, tudo perde o seu sentido - e o sentido é aquele que tudo tem em si mesmo. Insira-se a descrição de um personagem. Torna-se o autor na visão que o outro gostaria de ter de um mundo em constante movimento que vez ou outra leva aqui, leva acolá, leva a lugar nenhum. Pode ser uma mulher, pode ser um velho, que seja uma criança. Que a criança tenha um balão e cruze o universo desta caminhada inócua na chuva e qu

Sobre trens

Intitulo "trens", mas é apenas uma referência a lugares públicos e a essência da figura (literalmente) humana. Acredito ter lido muito pouco, quase nada, sobre a figura humana em seu real sentido,e este título me remonta a De Vagões e Vagabundos do Jack London, mas tenha você lido ou não este livro, a diferença é nenhuma - é uma referência irrelevante ao propósito. Enfim, você é o que você aparenta. Não na vida, mas à primeira instância, o que é, quantitativamente, mais representativo do que a sua personalidade - uma espiadela rápida no número de pessoas que você já interagiu ativamente comparado à infinitude de seres que já o avaliaram visualmente pode esclarecer este ponto de vista. Não que haja um contador para tal, mas é óbvio. É definitivo. E o que você aparenta? O que você tenta aparentar? Ou o que não tenta? Eu sou um passageiro num trem, tentando desesperadamente ser notado na minha busca por ser anônimo. Isso pode parecer não fazer sentido algum e você vai achar que

A História de Todos Nots

A História de Todos Nots As grandes histórias de amor, ou de qualquer outra coisa (abstenhamo-nos do resto, porém), são atemporais - as histórias que contamos, não os fatos, fique claro. Mas não o são na vida de um homem, e o que já deveria estar claro explica-se: são histórias eternas, possivelmente repetíveis através das gerações e nunca fincadas em um contexto fundamental ao seu desenvolvimento. São histórias do homem, da sua natureza, do seu sentimento, da sua imutabilidade de essência. Mas não o são na vida do indivíduo, repito, o amor (estou escrevendo sobre o amor, mas qual não seria minha surpresa se isto valesse para qualquer outra coisa não amorosa?) é específico à idade do indivíduo. Oras, fosse o jovem Werther nem tão jovem assim, tivesse ele uma psiqué mais cicatrizada pelas agruras da vida de todo mundo, não teria ele se suicidado pela menina Charlotte. Teria se embriagado, teria se aproveitado de amores de aluguel, prostituído seus ideais de amor límpido e puro, mas não