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Mostrando postagens de setembro, 2008

A Guerra

Vivemos em um mundo hoje assombrado pela masculinização da mulher. O dito movimento feminista, a verdadeira bomba atômica dos nossos tempos, não vem dignificando o papel da mulher e estabelecendo seu espaço no mundo: vem masculinizando o ser feminino. Claro que as mulheres tem o direito e a capacidade de ocupar o lugar do homem no mundo econômico, não há discussão sobre isso, muitas inclusive se sobressaem em relação à cambada de machos imbecilizados do mundo civilizado. Ok, podem e querem, mas devem? Aí o dilema moral. A mulher não fica mais em casa porque considera degradante, degradante também o papel de criar os filhos e degradante aceitar uma natureza animal. O resultado está aí, mulheres poligâmicas, adeptas do divórcio ao primeiro tropeço, frias e calculistas, sem entranhas, sem maternidade correndo nas veias, daqui a pouco sem seios, sem ventre e com um pênis. Assim, o que vejo é uma cópia dos piores aspectos da índole masculina reproduzidas com um perfume adocicado e um salto

Cachorro-quente no Parque

Junho de 2005 "Vida Ontem por volta da meia-noite eu estava sentado em um boteco, ouvindo Creedence e os resmungos do Cainelli, vendo umas partidas de sinuca de baixa qualidade, completamente bêbado e com a garganta ardendo devido ao consumo excessivo de cigarros e tentando secar meu isqueiro que havia caído no meio da minha caipirinha. E cheguei eu a uma conclusão? Não, conclusão nenhuma. E por que escrevo, então? Acho que porque eu desisti de encontrar uma explicação pras coisas e um sentido pra tudo. Desisti de professar ensinamentos e experiência de vida. Eu não tenho experiência de nada, sou um aluno tímido na primeira série da vida, em um colégio gigantesco, no qual ninguém me conhece. Porém, não me abstenho das críticas. Gosto de estabelecer comparações de cunho pejorativo entre as pessoas e a sua relação com o Universo que as circunda. Nada contra ninguém em especial, é só uma questão de passatempo. E a vida não passa nunca. A gente vive dia após dia, sem que aconteça n

Adolescência

De Abril de 2005. "Eu tinha 15 anos. Malditos quinze anos, eu tinha perna fina, amigos playboys e achava que estudar era necessário. Só uns anos depois fui partilhar do ponto de vista do Bernard Shaw de que a escola é uma perda de tempo e eu poderia ter aprendido muito mais fora lá. Mas tudo bem.... Eu era apaixonado por uma menina. Acho que vem dessas época minha paixão por me apaixonar. E eu era um tremendo dum careta, ainda não dependente do álcool e do cigarro, extremamente introvertido e com um tremendo medo da rejeição alheia, apesar de eu ter sido sempre meu maior crítico. Esperei o dia certo para dizê-la da minha infinita paixão, de que o futuro não existia para mim sem ela, de que eu ouvia pássaros cantarem ao ouvir sua voz e essas coisas estúpidas que a gente aprende em livros de poesias recomendados por professores semi-analfabetos. Preparei-me então para o momento. Escolhi meus melhores CDs, que naqueles tempos correspondiam a alguma coletânea do Brian Adams, Celine Di

Circunstancial

Não me pode ser vendida esta idéia de que a vida tem um sentido. Ou de que somos a imagem e semelhança, criação mestra, de um suposto deus que eu me recuso a grafar com inicial maiúscula. A vida humana, a vida em geral, como a concebemos é fruto de uma aleatoriedade, tão importante quanto o pó e tão presente no universo quanto uma concha no oceano. Ora, senão vejamos, uma centena de milhares de quilômetros, medida ínfima na vastidão de um universo em expansão seria o deslocamento necessário para que o planeta azul se tornasse inabitável para os seres. Um choque meteórico, improvável, mas possível, teria o mesmo resultado. A vida terrestre, assim, ocorre por uma conjunção de elementos químicos e dinâmicas físicas em uma faixa de temperatura que dá suporte a toda essa existência. E um dia não dará mais, mutação constante do entorno, determinando nossa finitude e escrevendo nos anais não-escritos da não-história das dimensões que entendemos estarem à nossa volta menos que uma letra. Estar

Dadaísmo

O SOTAQUE DAS ESPÉCIES, uma parábola darwiniana-cristã-bulímica Como o afegão que desembarca da barca do inferno, no próprio inferno - Miami -, como o turista que que vai a novos continentes se proclamando um knowledge cruzade, falamos diferentes línguas, diferentes dialetos, diferentes formas de pensar e de nos expressar. Fica a imagem de que os seres (des)humanos são diferentes entre si. Eu, por exemplo, me sinto muito mais confortável com cachorros que com americanos, com folhas de alface que com alemães e muito mais à vontade com absolutamente nada do que com argentinos. Pouco me identifico com brasileiros também, até o ponto minimalista de chegar à conclusão de que só me sinto bem comigo mesmo. Sou todo o universo e companhia de que preciso, adequando-me aos pensamentos já obsoletos do outrora gênio Nietzsche. Aí eu tento me manter vivo pelo mero objetivo de não apostar contra a igreja católica, crendo que não existe a tal vida após a morte. Se houver, tô fudido. Aí eu fico aqui

Sobre Copas do Mundo

A derrota para a França nas quartas-de-final desta Copa do Mundo na Alemanha foi uma das maiores vitórias que eu pude presenciar para o futebol brasileiro. Logicamente eu não me refiro àquelas colocações entoadas nas esquinas de qualquer capital nacional de que "com o Cafu não dava mais" ou "tem uns velhos ali que tavam na hora de sair". Fodam-se esses lugares comuns, não acho que diretamente este resultado possa ser positivo ao nosso futebol. Mas é inegável que um peso gigantesco saiu das minhas costas nesta sentimentalmente gélida tarde de 1o de Julho. Há algo em torno de 8 anos eu escutava que a Copa de 1998 havia sido vendida. Que algo de "estranho havia acontecido naquele dia" . Eu nunca acreditei nisto, mas as vozes eram constantes e a minha convicção não existia. Pouco importava que o time francês tivesse ganho a Eurocopa dois anos mais tarde, a terra outrora descoberta por Cabral vendera o orgulho máximo da nação. Aí veio a campanha patética

Sobre Cerveja, Renan e um verão inesquecível

GUITTS!!! Eu e o Renan tomávamos essa cerveja num boteco de traficantes em Bombinhas. Era a única cerveja que tinha, ao passo que era a única taverna que tinha mesas de sinuca ou algo parecido. Embalados ao som de um pagode ao vivo da turma do Bonde da Bomba, flertávamos com mulheres cuja profissão em período fora das férias devia ser de faxinar a casa das frequentadoras da stuttgart. Ricos tempos. Lembro que um dia levamos a irmã do Renan conosco e um bêbado de 50 anos, lambuzado em seu próprio suor insistia em proferir palavras poéticas. 18 dias no paraíso. Tentativas frustradas de surfe, jogos de raquete, violão e Dona Joaninha. Melhor verão da minha vida, me senti em algum local alternativo da costa californiana vivendo momentos que jamais sairão da minha mente. Lembro de desenhar um quadra de tênis na praia e fazer bela partida (bizarra aos olhos dos outros) com o bom alemão. Tempos que não voltam mais, tempos bons.

There Will be Blood

Mas que filme mais surpreendente. Não pelas excelentes atuações (atuação na real, só o Day Lewis, o resto pouco importa), mas pelo conteúdo recheado de carga moral de baixo grau de ortodoxia. Tire UMA fala do Sr. Plainview e o personagem central se apresenta como um sociopata sanguinário e ganancioso. Adicione "I see the worst in people" e ele passa a ser nada mais que um sociopata sanguinário e ganancioso COM JUSTIFICATIVA. Realmente, ele vê o ser humano na sua essência mais maligna, egoísta, carnívora, antropofágica e destrutiva. Não por mal, não pela intenção, mas pelo total descaso e menosprezo que a raça humana tem por si própria. O homem é débil, vulnerável, ambicioso demais e o convívio gregário que nos permite a sobrevivência é também aquele que a torna insuportável. "Oil" do original, poderia ser intitulado "Men" sem nenhuma perda do significado. Ocorre nos EUA do início do século passado, corrida pelo petróleo. Poderia ser em qualquer país e em q

Futilidade

Eu não entendo essa fixação que as pessoas tem pela felicidade. Bom, mas se eu for escrever sobre tudo que eu não entendo a respeito desta bizarra espécie, a humana, ficaria eu encarregado de detalhar uma nova Odisséia Homérica. É tão pouco objetivo e pobre esta "busca pela felicidade", este conceito de que "a felicidade está dentro de nós" ou a frase mais panis et circensis da história "dinheiro não traz felicidade". O que a traz, então? Paz interior? É difícil quando se tem fome. Anyway, back on track, eu nunca vejo uma pessoa dizendo "quero ser melhor", é sempre a expectativa de ser feliz que vem na mente. Como porcos, chafurdam num mar de lama em busca de uma pérola, sem nem saber se é de fato uma pérola que buscam, sem método, sem inteligência, sem nada. Felicidade é consequência, asnos, e não finalidade. É tão intangível quanto o pretenso intelecto que habita vossas cabeças ocas e, doravante, não pode ser buscada per se . Seria tão inviáve

Relógios

*Da série "coisas que as pessoas falam"* "Só o tempo cura" ou "com o tempo passa". Oras, direcionadas a enfermidades psicológicas, nenhuma outra recomendação pode ser tão pobre, vazia e estúpida quanto esta. Passem os anos e nada vai mudar.O tempo é um local, não um evento. É nele onde se desenvolvem as atitudes humanas frente às problemáticas da vida. NELE. Não POR ele. Paciência é recomendável, inação e depósito de esperanças nas páginas de um calendário é burrice.

Paisagens

Desafeto que era de técnicas de redação amplamente difundidas, se negava a iniciar seu texto com descrições. As achava desnecessárias para a compreensão da essência. Tinha idéias e mais idéias sobre os dias que passaram e os dias que viriam. Naufragava em divagações infinitas sobre absolutamente todas suas escolhas e sobre o quanto ele sabia agora não ter controle sobre elas. Escolhera um dia amar, não porque queria, mas porque conhecera uma pessoa tão especial, que a sua escolha era praticamente inócua frente à irrefreabilidade do sentimento. Escolhera um dia deixá-la, não porque queria de fato, mas porque o amor se fora. Ela se fora. Percebia que podíamos escolher nas bifurcações de uma estrada, qual lado tomar, mas jamais escolher as bifurcações que poderíamos encontrar. E com isso se embebia levemente em uma taça de vinho. Deixava alçar vôo todos seus devaneios profundos sobre absolutamente tudo que não entendia. Era ele ou era ela. Era você ou era eu. Estava sentado confortavelmen

To Think or Not to Think

Eu queria ganhar um punhado de moedas todas vez que alguém me dissesse "tu pensa demais". Eu provavelmente estaria pobre, mas isso porque teria gasto uns bons milhões com bobagens. Primeiro, eu não penso demais. Eu sou uma das pessoas mais impulsivas do mundo moderno. Segundo, eu penso, sim, bastante. Que horror deve ser para a maioria das pessoas que se assusta com a própria capacidade cognitiva uma vez que esta revela o quanto estúpidas podem ser suas vidas. Aí elas desistem de pensar. Ignorance must be bliss, after all. "Pensar demais" como uma colocação pejorativa equivale a queimar todas as obras de Nietzsche, Kant, Aristóteles e todos os comparsas destes caras aí e tacar fogo, traçando uma visão bastante Bradburiana da vida (Fahrenheit 451, trilogia negra, Ray Bradbury, recomendo, não enche). Reflexão é a arte de entender um pouco do mundo que ns rodeia e estabelecer conclusões satisfatórias para os eventos. Listo algumas das minhas conclusões retiradas de mom

Effects of a Terrible Night

A good night sleep is not as important, as relevant, as memorable as the day after. You can get carried out by the moment and stay up all night through, but your body will remember that in the next day while your mind is trying to drift away from reality. Well my mind is always trying to avoid reality. Probably because reality is so damn boring. I think everyone who likes to read is brought to this passion by their complete disappointment at life´s true possibilities. I live through characters things I can´t live in reality. But why? Am I afraid? I think I am just plain stupid. Time to be bold. Time to turn it all around.