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Mostrando postagens de outubro, 2008

Pesadelo

É inevitável pensar que num momento desses gostaria que toda a existência tivesse sua realidade extinta num despertar de um pesadelo, revelando ao ser antes adormecido a total intangibilidade de todo o mal que lhe passou, o acalmando sua vida em um simples abrir de olhos. Mas não, a realidade pode ser muito mais acre que o o pior pesadelo e ser imutável, proporcionando desespero sem fim, sem alento, sem recuperação, sem segunda chance, sem o menor motivo que pareça lhe justificar o ato de viver. Condenem-me pelo excesso de dramaticidade, eu próprio também o faço. Mas o que eu sinto é inevitável e infinitamente doloroso, então, por que não expressá-lo? E continuo caminhando, contra o vento, contra a chuva, sem ter onde chegar e sem parar apenas por saber ficar estático a nada resolve. Mas e o que resolve? Nem sei por que ando. Nem sei por que vou. Nem para onde.

Pessoas

6 bilhões de seres humanos no planeta. Nunca sabemos quantas e quais dessas pessoas irão de fato cruzar nosso caminho e fazer alguma diferença nele. Algumas dessas pessoas permanecem em nossas vidas, outras se vão e voltam, outras nunca voltam. Há algumas que a distância é dolorosa e outras que ela é insuportável. E é justamente neste último caso que quero me concentrar: as pessoas relevantes na nossa vida as quais sua não-presença no nosso dia-a-dia é simplesmente e inconcebivelmente dolorosa. Eu tive uma pessoa assim em minha vida. Pergunto por que, hoje, estando muito mais próximo geograficamente dela do que estive por muito tempo, me sinto mais distante. Mas essa resposta é óbvia demais e nem merece ser explorada, usem sua criatividade e encontrarão uma resposta que vos satisfaça. Mas por que ela? Do lado dela eu me senti em paz comigo mesmo pela primeira vez na vida. Uma paz que eu desconhecia, uma liberdade que me permitia viajar pelo espaço e pelo tempo em uma troca de olhares.

Chega!

Minha vida acaba aqui. De agora em diante eu existo apenas e nada mais. Eu não tenho vida e nunca tive ou ao menos nunca deveria ter tido. Tudo que eu fiz até agora foi um desenvolvimento completo de erros um atrás do outro e chega disso, não quero mais tomar decisões ou me envolver com alguém. A mim me basta a mim mesmo porque é inevitável. Tudo que eu tenho é a incapacidade de ser alguma coisa. A incapacidade de ser feliz e daí vêm todas minhas críticas à felicidade. Incapacidade de ser humano o que me leva a criticar a tudo e a todos ao meu redor. Eu queria ser o fim e terminar logo, mas tudo continua se repetindo dia após dias, vez após vez, segundo após segundo e nunca acaba. Eu desisto e ao desistir eu desisto de tudo e de mim mesmo. Desisto de tentar explicar o caos deprimente que afunda meus pensamentos, sentimentos e tudo o mais. Eu estou fadado a existir nesta infinita miséria na qual me encerro. Tu dizes que me ama e eu te admiro por ao menos saber o que é o amor. Eu descobr

Tristeza

Hoje eu descobri uma tristeza suprema. Tristeza que nem a bebida tem o poder de levar embora. Tristeza que assusta. Se a tristeza é a face oposta à felicidade, eu posso dizer com certeza que nunca tive um contraponto perfeito a este momentoe que num balanço geral, talvez minha vida seja triste. Sinto dor mental e física, desespero aterrador. Não consigo dormir e nem pensar, me torno aos poucos escravo dos sentimentos e se isso já não é bom via de regra, quando os sentimentos são ruins, imagine. Sinto vontade de não existir, o que já acontecera antes na minha vida, mas pela primeira vez é uma vontade recheada de argumentos e intenções. Antes me dava igual se os outros não existissem, mas dessa vez é a anulação da minha própria vida que me interessa. Suicídio não, idiotice, isso não apagaria o que passou, queria ser apagado em toda minha história e caminho, queria ser enterrado com cada uma das minha memórias porque ao mundo elas não interessam, à história, minha história é inócua, vazia